sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Pra que serve o Conselho?

Pra que serve o Conselho de Psicologia? esta pergunta permanece muito presente nos discursos dos psicólogos, daqui e de outras regiões do Brasil. Aliás parece cada vez mais comum, assim como também parece se evidenciar uma oposição crescente a alguns posicionamentos do Conselho Federal, como por exemplo as resoluções voltadas para a escuta de crianças, sobre o trabalho no sistema penitenciário ou mesmo a resolução que orienta quanto a produção de documentos psicológicos.
Muito se exige do Conselho: que faça cursos, eventos, que lute por salários dignos da categoria, que puna os colegas que agem de forma anti-ética, etc.
Trabalhei junto ao Conselho Regional de Psicologia Seção Rondônia no período de 2003 a 2007. Junto com outras colegas vivenciei as dificuldades de representar a categoria e aprendi muito sobre várias questões; institucionais, políticas, éticas, administrativas, etc, que provavelmente de outra forma eu não aprenderia ou demoria bastante a aprender. Considero que fiz minha parte para ajudar a desenvolver a profissão em Rondônia, assim como os colegas que estiveram comigo fizeram, os colegas que atuaram antes de nós , os que estiveram depois e os que estão agora.
Meu pensamento, quanto a nossa relação com o Conselho, é que muitas vezes corremos o risco de cair na reclamação vazia, típica de criança emburrada porque os pais não deram o que ela queria. Em outras palavras, quantos já estiveram no Conselho e perguntaram "pra que serve o Conselho?"?. Sinceramente, acredito que poucos.
Não nego que o CRP é passível de críticas. Claro que é. Claro que muita coisa pode e deve melhorar e a lista não é pouca. Seria no mínimo obtuso, produzir um discurso em que não haja espaço para o debate, a reflexão, o questionamento e a oposição de ideias. Mas a questão nesse momento não parece ser esta.
O que penso que ainda merece pontuação é:
Porque temos colegas que usam títulos que não possuem? que burlam, conscientes ou não,  a orientação de que se eu não tenho o título de especialista reconhecido pelo Conselho Federal (CFP), eu não posso divulgar meu nome como psicólogo clínico, psicólogo jurídico, psicólogo hospitalar ou outro título qualquer. Não basta ter a prática é preciso o CFP reconhecer. Se não tem este reconhecimento é apenas psicólogo.
Ou que divulgam um Dr. antes do nome sem ter feito um doutorado?
Que aceitam trabalhos aos quais não possuem qualificação mínima?
Que promovem concorrência desleal cobrando preços muito abaixo da tabela por seus serviços?
Que se dizem "psicanalistas" sem ter feito formação ou ter tido qualquer vivência institucional na Psicanálise?
Que violam fronteiras com seus pacientes?
Que nunca fizeram terapia?
Que não buscam supervisão?
Enfim...
Talvez alguém diga; isso é uma coisa e questionar o CRP é outra coisa. Deveria ser, mas tenho dúvidas se é.
Ainda penso que temos que estar mais junto do CRP. Buscar formas de participar e não apenas de reclamar. Já pensaram se além de questionar, cada psicólogo contribuir também com o Conselho? temos uma boa chance de crescer como profissão e ai quem sabe as perguntas que coloquei possam não merecer tanta atenção.
Este é um tema árduo para mim..cansativo...porém necessário.
 
Ah...Quanto a pergunta "Pra que serve o Conselho?'. Primeiro temos que diferenciá-lo de um Sindicato, coisa que ele não é. Vamos estudar a diferença entre o que faz uma Autarquia ( o CRP) e um Sindicato? vamos buscar entender quais as atribuições do Conselho para podermos criticar corretamente?
E a resposta inicial para a pergunta é bem simples: Ele nos dá o direito de sermos psicólogos.
 não é o diploma que faz isso. É o CRP.
Claro que isto é do ponto de vista legal, institucional e administrativo. Mas é por ai que acredito que temos que começar pensando. Psicologia é uma profissão. Para ser uma profissão tem que ter Conselho. E, se estamos descontentes com a política do CRP, vamos propor nossas contribuições? ainda vivemos em uma democracia.
Os outros aspectos estão no terreno da Ética. Creio que devemos nos esforçar para juntar todos os aspectos.
Aproveito e mando um abraço a todos que ajudaram e estão ajudando a fazer a história da profissão em nosso Estado, assim como fico na expectativa do aparecimento de outros colegas para compor esta história.
 
 
 
 

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