parece algumas vezes que isto não acontece como deveria acontecer.
E não venham me dizer que é apenas uma percepção minha.
Agradeço imensamente a eles, Sidney e Denise.
E agradeço também aos colegas e alunos que estiverem nos cursos.Estes mantém viva em mim a idéia de que sempre haverá o espaço da troca, da interação, das divergências enfim...
Se há quem se esconda, também há quem se mostre.E estes que se mostram e não os acomodados, poderão fazer o futuro promissor de nossa Ciência e Profissão.
domingo, 23 de junho de 2013
Brevíssima reflexão sobre os dias de minicurso e sobre outra "coisa"
Sidney Shine e Denise Perissini estiveram conosco durante estes meses de maio e junho.Vale ressaltar para quem não sabe que se trata de dois dos maiores nomes da Psicologia atualmente, com vários trabalhos e livros publicados.
Mais uma vez trouxeram temas que nos possibilitou colocar em estado de reflexão e questionamentos no tocante a um área ainda com muito por fazer mas também com muita coisa já acontecendo: a Psicologia Jurídica.
Alienação parental, falsas memórias, abuso sexual,as questões de família, crime, documentos psicólogicos e sua produção e o trabalho do perito e do assistente técnico. Como não se interessar por tudo isto? como não querer debater? aprender? confirmar o que sabe? ou mesmo descontruir o que sabe?
Aliás descontruir o que sabe, ou que pensa que sabe, foi o que me marcou mais nestes dias junto a eles.
Não sou novato na Psicologia Jurídica. Não tenho nenhum receio de dizer que não cai de para-quedas no Tribunal de Justiça. Eu já sabia de muita coisa, afinal vinha de trabalhos junto a adolescentes infratores e algumas atuações envolvendo famílias e também medidas protetivas.Desde 2001 trabalhando na Psicologia Jurídica.
Mas o que também não tenho nenhum problema em constatar é que mais do que aprender quando estive com eles desta vez, eu descontruí algumas coisas. Nada de mais talvez,e ao mesmo tempo coisas enormes. Não vou detalhar aqui, creio desnecessário. O farei em sala de aula e no trabalho cotidiano com os colegas e alunos com quem me relaciono.
Só pensei em compartilhar um pouco...
ás vezes podemos cair em alguma armadilha de que já sabemos de algo e que este algo não precisa mais ser questionado. Talvez seja
isso que faz com que alguns colegas não mostrem o que fazem, como fazem. Talvez.
O que sei é que nada me parece definitivo no que diz respeito ao trabalho do psicólogo e que nós devemos sempre nos permitir o questionamento, o debate e o compartilhar saberes mas
parece algumas vezes que isto não acontece como deveria acontecer.
E não venham me dizer que é apenas uma percepção minha.
Agradeço imensamente a eles, Sidney e Denise.
E agradeço também aos colegas e alunos que estiverem nos cursos.Estes mantém viva em mim a idéia de que sempre haverá o espaço da troca, da interação, das divergências enfim...
Se há quem se esconda, também há quem se mostre.E estes que se mostram e não os acomodados, poderão fazer o futuro promissor de nossa Ciência e Profissão.
parece algumas vezes que isto não acontece como deveria acontecer.
E não venham me dizer que é apenas uma percepção minha.
Agradeço imensamente a eles, Sidney e Denise.
E agradeço também aos colegas e alunos que estiverem nos cursos.Estes mantém viva em mim a idéia de que sempre haverá o espaço da troca, da interação, das divergências enfim...
Se há quem se esconda, também há quem se mostre.E estes que se mostram e não os acomodados, poderão fazer o futuro promissor de nossa Ciência e Profissão.
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Além de escutar...o que falar e como falar na clínica psicanalítica?
Rubens Alves, escritor, educador e psicanalista já escreveu que as pessoas deveriam fazer menos curso de oratória e se dedicar a algum curso de "escutatória", pois parecem que todos querem falar mas não tem a mesma disposição para escutar. Isso ilustra bem as relações interpessoais em geral e realmente merece atenção. Já na prática da clínica psicanalítica sempre estudamos que a escuta, se não é tudo é fundamental, haja vista que a idéia de que temos que saber lidar com o silêncio do paciente sempre permeia a condução do trabalho.
Não há dúvida: nós, seguidores da psicanálise, somos "treinados" para escutar. Escutar o inconsciente, as repressões, as defesas, o édipo. E que fique bem claro que isso não é escutar de qualquer jeito, nem qualquer coisa. Escutamos os não-ditos, aquilo que no discurso escorrega, tropeça e de alguma forma clama para "entregar" o sujeito para si mesmo e , principalmente, para o analista, pois este irá poder fazer com que isso ( sim...o "isso" lacaniano) retorne para o lugar de onde veio, ou seja, um sujeito que não sabe que sabe, aquilo que aparece na escrita de Manonni; um saber que não se sabe.
É exatamente aqui que quero me ater neste instante. Em como o analista faz retornar o isso.
Antes...atesto mais uma vez a quase "sagrada" condição de nossa prática: escutar é tão fundamental que é comum que atrelemos a escuta como aquilo que implica a psicanálise também fora das paredes do consultório. Como se implica a Psicanálise em outros lugares de atuação do psicólogo? o que a caracteriza. A escuta dirão. Eis a mola mestra, eis o que nos marca, a escuta. Dentro do consultório, mas também fora, quando fazemos outras psicanálises.
Voltando... quero propor pensar que é chegada a hora de darmos mais valor ao que fazemos além da escuta. Obviamente, existem comunicações não verbais e que são de suma importancia no trabalho clínico, não se duvida disso nem em psicanálise. Mas o valor que reivindico não é para outra coisa senão nossa fala. O que fala e como fala um analista, ou mesmo um psicoterapeuta de orientação analítica ( enfim, seguimos a Freud, não é?) tem que vir a ser mais objeto de nosso interesse.
Jorge Forbes tem falado sobre isso nas suas reflexões sobre a Psicanálise no século XXI. Lacan também quando deixou claro que o analista conduz a análise ( sim! para desespero de quem ainda de forma ingênua, crê que quem conduz é o paciente sozinho e nós apenas o escutamos). Não é isso que incomodou tanta gente? o analista vir a saber mais que o paciente sobre ele mesmo? mas, parecem esquecer que só é assim para nós porque acreditamos que o paciente não sabe que sabe. Não é bem isso o inconsciente?
Então...o analista fala.É preciso esclarecer. primeiro sigamos Nasio quando brilhantemente nos provocou com a idéia do silêncio-em -si. Desde que li isto pela primeira vez em 1999, não tive mais medo de falar. Exatamente porque fiz silêncio, calei meu "ego" e assim pude falar com meus pacientes.
Acredito ainda que a importancia desta pequena reflexão remete à formação de novos psicoterapeutas psicanalíticos. Diante daquilo que o paciente diz não me resta apenas escutar. Claro que se eu não escutar nada de psicanalítico poderá ser feito. Mas que eu saiba o que eu escuto. Porque? porque eu preciso falar também. O que eu falo? como falo? em que momento falo? são questões essenciais da clínica psicanalítica moderna. Não esqueçamos que Freud já nos ensinou sobre a construção e a interpretação e bem depois, Fiorini e Zimmerman estudaram as intervenções verbais do analista. Entre eles, Lacan ( de novo) já havia escrito que a resistência é do próprio analista, não exatamente do paciente. Enfim...esta é a questão para quem se aventura na psicoterapia psicanalítica. Depois que eu escuto, o que eu falo?
Não há dúvida: nós, seguidores da psicanálise, somos "treinados" para escutar. Escutar o inconsciente, as repressões, as defesas, o édipo. E que fique bem claro que isso não é escutar de qualquer jeito, nem qualquer coisa. Escutamos os não-ditos, aquilo que no discurso escorrega, tropeça e de alguma forma clama para "entregar" o sujeito para si mesmo e , principalmente, para o analista, pois este irá poder fazer com que isso ( sim...o "isso" lacaniano) retorne para o lugar de onde veio, ou seja, um sujeito que não sabe que sabe, aquilo que aparece na escrita de Manonni; um saber que não se sabe.
É exatamente aqui que quero me ater neste instante. Em como o analista faz retornar o isso.
Antes...atesto mais uma vez a quase "sagrada" condição de nossa prática: escutar é tão fundamental que é comum que atrelemos a escuta como aquilo que implica a psicanálise também fora das paredes do consultório. Como se implica a Psicanálise em outros lugares de atuação do psicólogo? o que a caracteriza. A escuta dirão. Eis a mola mestra, eis o que nos marca, a escuta. Dentro do consultório, mas também fora, quando fazemos outras psicanálises.
Voltando... quero propor pensar que é chegada a hora de darmos mais valor ao que fazemos além da escuta. Obviamente, existem comunicações não verbais e que são de suma importancia no trabalho clínico, não se duvida disso nem em psicanálise. Mas o valor que reivindico não é para outra coisa senão nossa fala. O que fala e como fala um analista, ou mesmo um psicoterapeuta de orientação analítica ( enfim, seguimos a Freud, não é?) tem que vir a ser mais objeto de nosso interesse.
Jorge Forbes tem falado sobre isso nas suas reflexões sobre a Psicanálise no século XXI. Lacan também quando deixou claro que o analista conduz a análise ( sim! para desespero de quem ainda de forma ingênua, crê que quem conduz é o paciente sozinho e nós apenas o escutamos). Não é isso que incomodou tanta gente? o analista vir a saber mais que o paciente sobre ele mesmo? mas, parecem esquecer que só é assim para nós porque acreditamos que o paciente não sabe que sabe. Não é bem isso o inconsciente?
Então...o analista fala.É preciso esclarecer. primeiro sigamos Nasio quando brilhantemente nos provocou com a idéia do silêncio-em -si. Desde que li isto pela primeira vez em 1999, não tive mais medo de falar. Exatamente porque fiz silêncio, calei meu "ego" e assim pude falar com meus pacientes.
Acredito ainda que a importancia desta pequena reflexão remete à formação de novos psicoterapeutas psicanalíticos. Diante daquilo que o paciente diz não me resta apenas escutar. Claro que se eu não escutar nada de psicanalítico poderá ser feito. Mas que eu saiba o que eu escuto. Porque? porque eu preciso falar também. O que eu falo? como falo? em que momento falo? são questões essenciais da clínica psicanalítica moderna. Não esqueçamos que Freud já nos ensinou sobre a construção e a interpretação e bem depois, Fiorini e Zimmerman estudaram as intervenções verbais do analista. Entre eles, Lacan ( de novo) já havia escrito que a resistência é do próprio analista, não exatamente do paciente. Enfim...esta é a questão para quem se aventura na psicoterapia psicanalítica. Depois que eu escuto, o que eu falo?
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