Atualmente respondendo pela Coordenação de
Atividades de estágio do curso de Psicologia da ULBRA, sou
responsável pela elaboração de parcerias com Instituições que
possam receber nossos alunos para estágio. Uma de minhas
preocupações é sempre de conversar antes com o/a colega que atua
no local para solicitar sua ajuda no sentido de ser supervisor "in
loco", para entao entrar com o pedido formal junto a Direção
da Instituição.
Até o momento tenho sido muito bem recebido pelos
colegas e em algumas situações tenho tido a oportunidade de trocar
ideias interessantes sobre vários aspectos que perpassam nossa
Ciência e Profissão. Um aspecto que merece reflexão é de que
muitos psicólogos que estão em Instituições atuando ( e claro, em
consultório também) são recém formados. Isto tem sido comum uma
vez que Rondônia tem Faculdades de Psicologia em Porto Velho,
Ariquemes, Rolim de Moura, Cacoal, Vilhena e Pimenta Bueno, ou seja,
está aumentando o número de psicólogos recém entrados no mundo do
trabalho.
Dentro disto, fica evidente que estes colegas
muitas vezes terão que "aprender" sobre profundidades e
especificidades de seu trabalho na labuta cotidiana já que na
Academia muitas vezes não se estuda temas e técnicas que
constantemente se exige no trabalho profissional. Aliais, isto é
comum em Psicologia. Isto posto, fica a pergunta: Diante desta
situação, os colegas recém formados estão buscando supervisão?
Tanto nas Instituições quanto no consultório
particular, estão sendo acompanhados por colegas mais experientes?
Em uma das conversas que tive recentemente uma
colega me levantou tal questionamento também e foi categórica em
dizer que não. Não estão fazendo supervisão. Como não se
submetem a psicoterapia.
Razões?... provavelmente muitas além da mera
questão de ter que pagar a supervisão.
Me preocupo com isso quando penso que colegas se
graduam e possam achar que são auto suficientes. Ou se refugiam em
suas inseguranças e comodismos.
Fiz 3 anos de análise e tive supervisão contínua
por mais de 5 anos. Até hoje busco contato com colegas mais
experientes. E eu tenho 13 anos de profissão atuando
sistematicamente e de forma constante tanto em Instituições quanto
em consultório particular.
O que acontece com quem não tem a mesma
preocupação?
Será que pensam que vão conduzir sem
dificuldades trabalhos como os que envolvem presídios, hospitais,
escolas? E no consultório? O estágio em clínica será suficiente?
E aqueles que não fazem estágio em clínica e vão ser terapeutas?
Enfim.. bato muito nesta tecla com meus alunos.
Psicologia, não é um sacerdócio, mas também não é apenas um
trabalho qualquer que se possa fazer de qualquer jeito.
Por isso não estranho quando escuto que o
Conselho Federal deveria exigir a supervisão por um determinado
período, pois parece que deixar o psicólogo completamente livre
para construir seu fazer sem maiores exigências ( já não se exige
psicoterapia mesmo), não tem sido uma boa ideia.